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Raiva constante pode acabar com o amor?

A raiva constante é um dos fatores que mais desgasta o amor numa relação sim. Quando os desentendimentos se tornam frequentes e os sentimentos negativos ocupam mais espaço do que o carinho, o vínculo emocional enfraquece, e o convívio se torna pesado. O amor, mesmo sendo forte, não sobrevive por muito tempo em um ambiente de tensão contínua.

Segundo o Pai de Santo Roberson Dariel, do Instituto Unieb, a raiva não tratada se transforma em afastamento. “Lentamente, o que era só impaciência vira distância afetiva. O toque desaparece, o diálogo diminui e o coração esfria”, afirma. Para ele, entender a origem dessa raiva é fundamental para preservar o amor.

É importante que o casal converse sobre o que está alimentando esses sentimentos. Muitas vezes, há mágoas acumuladas, expectativas frustradas ou rotinas exaustivas que precisam ser ajustadas. Identificar o problema no início é essencial para impedir que a raiva consuma o que ainda existe de afeto.

Meu marido diz que eu exagero. O que fazer?

Quando o parceiro afirma que você está exagerando, é importante observar o contexto e os sentimentos envolvidos. O termo “exagero” pode ser usado como uma forma de invalidar emoções legítimas. Por isso, a primeira atitude deve ser refletir se há fundamento nas suas reações ou se está ocorrendo uma falta de empatia por parte dele.

Roberson Dariel orienta que, nesses casos, o casal busque se escutar com mais atenção. “Muitas vezes, o problema não é o que se sente, mas o que não se diz. Quando há escuta verdadeira, o exagero vira compreensão”, pontua. A escuta ativa, sem julgamento, pode abrir caminhos de reconciliação.

É possível que as emoções estejam à flor da pele por conta de outros fatores, como cansaço, estresse ou mágoas antigas. Conversar em momentos de calma e expor o que está incomodando sem acusar o outro ajuda a desfazer essa ideia de “dramatização”. Comunicação emocional é o caminho.

Terapia de casal funciona mesmo?

A terapia de casal tem se mostrado uma ferramenta eficaz para casais que enfrentam dificuldades na convivência. Com o auxílio de um profissional, é possível enxergar padrões negativos, entender melhor os sentimentos do outro e construir novas formas de comunicação e convivência.

Para Roberson Dariel, a terapia também pode ser complementada com orientação espiritual, quando o casal busca esse tipo de apoio. “A cura emocional exige clareza, e o terapeuta, assim como a espiritualidade, pode ajudar a iluminar o que estava escondido”, diz ele. Unir essas abordagens fortalece o processo.

O mais importante é que ambos estejam dispostos a participar e a se comprometer com o processo. A terapia não muda o parceiro, mas ajuda cada um a entender seu papel no relacionamento. Com tempo e dedicação, ela pode transformar o que parecia um fim em um novo começo.

Como evitar que os filhos sofram com nossas brigas?

O primeiro passo para proteger os filhos de conflitos conjugais é manter o respeito mesmo nos momentos de tensão. Gritarias, ofensas ou brigas constantes na frente das crianças podem afetar a saúde emocional delas. O ideal é que as conversas difíceis aconteçam em particular, longe do alcance dos pequenos.

Roberson Dariel ressalta que os filhos absorvem mais do que os pais imaginam. “A energia de uma casa conturbada entra no coração da criança como se fosse dela. E ela cresce achando que o amor dói”, alerta. Por isso, preservar o ambiente emocional da casa é uma responsabilidade dos adultos.

Também é fundamental conversar com os filhos sinceramente, adaptando a linguagem à idade deles, para que não criem fantasias ou se culpem pelos problemas dos pais. Demonstrar que, mesmo com as dificuldades, o amor da família continua é essencial para que se sintam seguros e protegidos.